O Diário de um PM / Alexandre de Sousa
O que ocorreu no Rio de Janeiro é o retrato de uma realidade dura e da ausência dos poderes constituídos de nossa sociedade. Ficou claro que o Estado não consegue fazer valer a sua autoridade, e nessa guerra entre policias e traficantes quem só perde é o lado mais fraco: o cidadão.
O que ocorreu no Rio de Janeiro é o retrato de uma realidade dura e da ausência dos poderes constituídos de nossa sociedade. Ficou claro que o Estado não consegue fazer valer a sua autoridade, e nessa guerra entre policias e traficantes quem só perde é o lado mais fraco: o cidadão.
De quem será a responsabilidade sobre o tráfico de drogas e armas? Será que esse momento não seria oportuno para que as autoridades formassem uma força tarefa? Uma força objetiva, fechar o cerco, combater com mãos de ferro.
Quando digo combater com mãos de ferro não é somente confrontar com os traficantes, pois a meu ver, o confronto é lado mais amargo dessa guerra. É varrer as contas bancárias, confiscar bens, formular uma estrutura de fiscalização nas fronteiras, estradas, portos e outros meios que possam servir para alimentação do tráfico.
Enquanto as autoridades questionam entre si, o tráfico vai se fortalecendo em cima da ausência de uma política séria de segurança pública nacional. Como ocorre na saúde e educação, segurança pública não parece ser prioridade do nosso governo.
Tem que haver uma verdadeira parceria entre, União, Estados e Municípios com único propósito; acabar de uma vez por todas com o tráfico. A nossa sociedade não aguenta mais tamanha violência, vidas ceifadas, sequelas permanentes. Acho que o tráfico no Rio de Janeiro não é somente um problema do Município ou do Estado, mas também do Governo Federal.
Não podemos ver tudo isso e tratar como um caso isolado da nossa sociedade. O que vimos no Rio de Janeiro ocorre em todos os segmentos sociais, só que de forma diferenciada. O Brasil absorve exemplos insignificantes de outros países, mas não aprende com atitudes que fizeram a diferença no combate ao tráfico e a violência, por exemplo: a Itália, Colômbia, entre outros países que combateram com mão de ferro a questão do narcotráfico. Claro, o que foi útil para esses países talvez não seja para o Brasil, mas servirá de base para construção de um Estado forte e sólido.
A integração definitiva, em termos de uma ação concreta, entre os poderes será o primeiro passo para se construir uma sociedade justa e humana, principalmente o respeito aos valores étnicos e humanos de nosso país.
Jorge Augusto
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